Foram algumas dores de cabeça para a minha mãe sempre que o Nuno ia para minha casa. Porquê? Por isso mesmo. Pelos porquês.
O motivo era um qualquer, mas a curiosidade ia aguçando e os porquês surgiam em catadupa até que o conhecimento se esgotava e terminava num porque sim (não era bem esta a resposta…;).
Criado num ambiente de porquês, o Nuno cresceu e as respostas aos porquês originaram outros porquês. Pelas escolas onde passou o seu mérito foi reconhecido e traduzido pelas boas notas nas sucessivas etapas. Continuou e tornou-se Doutor.
Esta semana foi notícia o resultado do trabalho da sua equipa. Sem dúvida um marco importante na vida de um (jovem) cientista a publicação de um artigo na prestigiada Science.
O exemplo
O Nuno representa um símbolo de sucesso sendo um exemplo para os mais novos mostrando que é possível chegar (muito) longe, mas também para os pais.
Nas palavras do nosso tio Zé, a excelência do track record do Nuno é algo que já nos acostumamos, sendo que este milestone (publicação) é uma consequência natural adivinhando-se por isso muitos mais. Corroboro o mesmo quando refere que espera que sirva de exemplo e inspiração para as gerações mais novas. Acrescento para qualquer geração, pois o conhecimento é sinónimo de prazer e um percurso sem fim.
Mas para além do cientista há o ser humano. E nesse campo o Nuno já se doutorou faz muito tempo.
Termino com um episódio nas bancadas do estádio do Vianense. Estávamos prestes a assistir a um jogo para a Taça de Portugal, em que uma equipa teria de vencer. Como de habitual o Nuno começou com as suas perguntas:
“E se no final está empatado o jogo?”
Responde meu pai – tio: “Vai a prolongamento”
Nuno: “E se no final do prolongamento se mantém o empate?”
Tio: “Seguem-se pénaltis, série de 5. Se no final não houver vencedor, continuam-se a marcar pénaltis até que uma equipa falhe. Mas no passado não era assim, não havia pénaltis e o vencedor era decidido por moeda ao ar!”
Nuno:” E se a moeda caísse de pé?”
Foi risada total para quem estava a ouvir, mas que no campo das hipóteses ela, de facto, existia.
Ah, é verdade, também tem defeitos: é portista!
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